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Casos de coqueluche aumentam 32 vezes em quatro anos

A média mensal de novos casos de coqueluche em Sorocaba aumentou 32,5 vezes em 4 anos. Em 2010 foram registrados dois casos da doença, média de 0,2 por mês, enquanto de janeiro a julho deste ano foram 46 casos confirmados, média mensal de 6,5 (veja tabela) de novos casos. Em 2010 não foram registradas mortes pela doença — também conhecida pelos mais antigos como “tosse comprida” — enquanto neste ano foram confirmados três óbitos até julho. A cidade está em alerta para a doença desde fevereiro deste ano.

Em relação a 2013, a média mensal de novos casos aumentou em 57%. Os 46 registros deste ano, até julho, se aproximam do total de casos ao longo de todo 2013, quando a cidade teve 50 pessoas infectadas. Todas as mortes registradas nos últimos quatro anos foram de bebês com idade inferior a um ano. Em 2014, 39% dos casos são crianças nessa idade e, destes bebês, 83% têm até seis meses, quando o esquema básico vacinal ainda não está completo. O primeiro ciclo de vacinas é aplicado aos dois, quatro e seis meses de idade. Em seguida vem um reforço aos 15 meses e outro aos 5 anos.

A chefe de divisão da Vigilância Epidemiológica (VE) de Sorocaba, Renata Caldeira, afirma que o aumento de casos atinge outros estados brasileiros e países de toda a América Latina, onde triplicou a incidência de coqueluche desde 2011.

O médico da VE Pedro Borges de Andrade comenta que o aumento da incidência da coqueluche tem preocupado a Organização Mundial da Saúde (OMS), e que ainda não se sabe com precisão qual a causa do fenômeno. Podem ser fatores associados como mutações da bactéria Bordetella pertussis, causadora da doença; o período de proteção da vacina, que dura até dez anos depois da última dose; ou o aumento do número de pessoas que tomam a vacina, mas não conseguem produzir os anticorpos. A grande preocupação é que crianças vacinadas também estão sendo infectadas: este ano em Sorocaba foram 10 casos em crianças de 1 a 4 anos e 06 casos em crianças entre 5 e 9 anos.

Renata conta que a maior preocupação da VE atualmente é evitar mortes, pois a coqueluche pode ser tratada se diagnosticada a tempo. Os mais suscetíveis são os bebês e os idosos. Ela comenta que nos menores de 1 ano, o quadro evolui rápido: começa com um quadro parecido com o da gripe, com tosse, e evolui para a fase paroxística, quando há períodos de falta de ar e o esforço de tossir deixa a face azulada e pode provocar vômitos.

Ao perceber os sintomas, a orientação é procurar um médico de confiança ou uma Unidade Básica de Saúde (UBS), principalmente se houver algum adulto com tosse, mesmo que sem diagnóstico de coqueluche. Renata relata que os adultos são os principais transmissores da doença, com seis casos registrados em 2014 na faixa etária entre 20 e 29 anos. Nem todos os casos em adultos são diagnosticados e notificados, já que os sintomas são moderados nos adultos, que apresentam um quadro atípico. “No adulto é como uma tosse normal, então ele acaba não tratando, mas sendo um transmissor aos bebês”.

Faltam vacinas para adultos

Segundo Renata, esse cenário demonstra que é preciso vacinar também os adultos, principalmente as gestantes, mas não há quantidade de vacinas disponíveis para esse público. Isso porque as vacinas para pessoas acima de 7 anos de idade são diferentes, chamadas acelulares. Elas não estão disponíveis na rede pública e não tinham produção em larga escala, pois não eram uma necessidade, já que a doença estava controlada, diz Renata. A promessa do Ministério da Saúde vem desde 2012 para a entrega das vacinas aos municípios, mas até agora elas não chegaram. A última previsão é de que as doses sejam enviadas em novembro deste ano. “Nós pensamos até em comprar, o município, mas não os laboratórios não têm, é falta de produção”, explica Renata.

Sobre as ações da Prefeitura para prevenir a doença, a chefe de divisão da VE conta que, além do alerta feito em fevereiro a todas as unidades de saúde públicas e privadas, foram produzidos cartazes de orientação que estão sendo distribuídos pela cidade. Outra iniciativa é a orientação das gestantes e parturientes, com identificação de possíveis casos de coqueluche na família. Um total de 110 profissionais de saúde também foram treinados para agir na prevenção e diagnóstico rápido da doença.

Orientações sobre a doença

Prevenção e cuidados

– Evitar expor crianças pequenas a lugares de grande circulação de pessoas;

– Proteger a boca e as narinas ao tossir e espirrar

– Lavar sempre as mãos;

– Manter ambientes ventilados;

– Não compartilhar objetos de uso pessoal como talheres e copos;

– Manter em dia o calendário de vacinação;

– Procurar o serviço de saúde no início dos sintomas e seguir rigorosamente a prescrição

Sintomas suspeitos

Bebês até seis meses: tosse há dez dias ou mais associada a um ou mais sintomas como guincho inspiratório (som agudo ao inspirar), vômitos pós-tosse, face azulada, engasgo, apneia e/ou tosse súbita incontrolável, com tossidas rápidas e curtas.

Maiores de 6 meses de idade: tosse há 14 dias ou mais associada a um ou mais sintomas citados acima.

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