HPV

O HPV (papiloma vírus humano) é uma família de vírus, no qual existem cerca de 200 tipos diferentes e são conhecidos por números (6, 11, 16, 18, 33, 45, 52 etc). O HPV é transmitido por contato sexual na maioria das vezes. É muito transmissível e sua transmissão ocorre no início da vida sexual. Estima-se que 80% das pessoas tiveram ou terão o HPV em algum momento da sua vida.

No entanto, 99% dos que se infectam se livram do vírus por causa do seu sistema imune. Em 1% alguns tipos de HPV (alto risco) como o 16 e o 18 persistem e causam uma infecção crônica, na maioria das vezes colo uterino, mas também na boca, garganta e região anal.

O tipo 6 e 11 causam a maior parte das verrugas genitais, a doença mais comum causada por HPV especialmente em jovens. Estes são tratados e desaparecem depois de algum tempo.

Quando o HPV persiste, pode levar ao desenvolvimento de células anormais em cada uma das regiões acima citadas. No colo uterino, quando ao menos 2/3 das camadas de células desta região se mostram alteradas, podemos falar em lesões pré-câncer que são conhecidas como NIC 2 e 3 (neoplasia intraepitelial cervical) ou AIS (adenocarcinoma in situ) que é o câncer propriamente dito, mas localizado, de forma inicial. Se estas lesões não forem tratadas, podem desenvolver câncer cervical invasivo em alguns anos.

Aproximadamente 70% dos cânceres de colo uterino são causados pelos tipos 16 e 18. Taxas semelhantes também são observadas em câncer de pênis, vulva e ânus. Na orofaringe os números de câncer provocados por HPV estão em elevação sendo que 70% deles são provocados por este vírus, predominando o 16.

A expectativa para 2020 é que sejam diagnosticados no Brasil 16.590 novos casos de HPV por câncer de colo uterino. É o 3º câncer mais comum em mulheres e em 2018, 6.526 mulheres morreram por causa do câncer de colo uterino. (INCA)

As estimativas de câncer de orofaringe 2020, são 15.190 novos casos, sendo 11.180 homens e 4.010 mulheres. (INCA)

Sim. Uma pessoa pode adquirir um HPV por exemplo o 18 e mais tarde ser infectada pelo tipo 11. Como existem 40 tipos de HPV que causam doenças em homens e mulheres, é possível pegar HPV várias vezes.

O HPV é muito contagioso e pode ser adquirido na primeira relação sexual inclusive quem teve um único parceiro. Carícias, sexo oral contato direto com toalhas e roupas intimas contaminadas poderão transmitir HPV.

Após o início da atividade sexual homens e mulheres devem ir ao médico para avaliar doenças causadas por HPV. No colo uterino por exemplo, deve-se fazer um exame chamado Papanicolau que avalia se há lesões sugestivas de HPV, podendo se fazer uma pesquisa direta que confirma a presença do vírus. Na maior parte das vezes as pessoas não sabem que tem HPV pois ele não provoca doenças, portanto pode ser transmitido para o seu parceiro.

A camisinha protege e muito, mas não protege 100% isto por que áreas da região genital não cobertas pelo preservativo podem transmitir. Este risco também existe no sexo oral sem proteção.

Além do preservativo, não ter relações sexuais ou contato íntimo e através da vacinação contra o HPV.

A vacina contra o HPV protege contra infecção pelos 4 tipos de HPVs contidos na vacina e suas doenças. No Brasil está disponível a vacina contra os tipos 6, 11 (que protegem contra 90% dos casos de verruga genital) e contra o 16 e 18 (que protegem contra 70% dos casos de câncer cervical).

Estudos de acompanhamento de mulheres vacinadas em 14 países com mais de 60 milhões de doses aplicadas, demonstrou que a vacina contra HPV demonstrou proteção muito vigorosa em populações de mulheres jovens de 15 a 24 anos de idade as lesões precursoras do câncer e câncer inicial (NIC2 e NIC 3 e AIS) bem como verrugas genitais.

Maior será a proteção da vacina se esta for administrada antes do início da atividade sexual.

Em adolescentes do sexo masculino, a vacina contra o HPV tem se mostrado eficaz em reduzir as verrugas genitais e lesões precursoras de câncer anal.

A vacina é indicada para todas as meninas e meninos a partir de 9 anos, adolescentes e homens e mulheres até 45 anos. A vacinação entre adolescentes confere maior proteção por ser antes do início da atividade sexual e pelos níveis de anticorpos serem mais elevados e, portanto, conferirem duração de proteção prolongada.

No Brasil, existem 2 tipos de vacinas disponíveis que previnem infecções pelo HPV. Uma delas é a Bivalente (Cervarix), do laboratório GSK, que previne contra os subtipos 16 e 18, ela é recomendada apenas para o sexo feminino.

A outra vacina é a Quadrivalente (Gardasil), produzida pelo laboratório MSD, que tem cobertura contra os subtipos 16, 18, 6 e 11.

A infecção natural pelo HPV não leva a imunidade permanente e, portanto, depois de algum tempo a pessoa pode adquirir HPV (o mesmo) ou outro tipo. Nesses casos, a decisão sobre a vacinação deve ser individualizada, levando em conta as expectativas e a relação custo-benefício pessoal. Não existe risco à saúde caso uma pessoa que já tenha tido contato com o HPV seja vacinada.

Existem evidências para mulheres com câncer cervical serem vacinadas contra o HPV, pois estas podem apresentar menos recidivas.

A SBIm – Sociedade Brasileira de Imunizações indica, para adolescentes até 15 anos, 2 doses com intervalos de 06 meses. Na fase adulta, a partir dos 15 anos, recomenda-se 3 doses, da vacina quadrivalente com intervalos de 0, 2 e 6 meses.

A vacina contra o HPV está disponível na rede pública para meninos e meninas de 9 a 14 anos de idade. Também imunossuprimidos e pessoas portadoras de HPV disponível em 3 doses de 9 a 26 anos.  A partir dos 15 anos, os adolescentes e adultos podem se vacinar em clínicas privadas com 3 doses.