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Em meio à pandemia, sarampo e febre amarela avançam no Brasil

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Preocupados com o coronavirus, brasileiros não estão procurando postos de saúde para vacinação de rotina. Conforme dados do Ministério da Saúde, o sarampo e a febre amarela avançam no Brasil em meio a pandemia.

Até maio de 2020 já foram confirmados aproximadamente 5 mil casos de sarampo, um aumento 34 vezes maior comparado ao mesmo período do ano passado. Aproximadamente, 800 mil crianças estão com vacinação incompleta para difteria, tétano e coqueluche aumentando o risco de adoecimento destas graves doenças e potencialmente letais em menores de 5 anos, especialmente os menores de 1 ano de idade. A cobertura vacinal vem caindo desde 2011 segundo o Ministério da Saúde, mas foi a primeira vez em 25 anos que o Brasil não atingiu os 95% de cobertura vacinal para nenhuma de 15 vacinas.

Uma pessoa transmite o coronavírus para outras 2 a 3, o sarampo é transmitido para 15 a 20 pessoas. Vinte e um estados do Brasil estão com a circulação de sarampo mesmo em períodos de maior distanciamento social. Ao mesmo tempo, pais ou responsáveis tendem a pensar que o isolamento protege seus filhos de doenças infectocontagiosas. Mas e no momento da volta à escola com coberturas baixas para rubéola, coqueluche, meningites, sarampo? 

O sonho do brasileiro é obter uma vacina contra o COVID 19. Esquece de vacinar contra estas doenças graves. Muitas delas foram consideradas erradicadas há alguns anos atrás e representam um perigo muito maior para crianças do que o coronavírus.

Podemos citar também as baixas taxas de coberturas vacinais em gestantes e crianças e entre a faixa etária de 55 a 59 anos contra gripe, baixas taxas de vacinação em gestantes contra difteria, tétano e coqueluche, sem falar no HPV entre adolescentes.

 Necessitar dos serviços de saúde para tratamento ou elucidação diagnostica que se encontram sobrecarregados neste momento de pandemia por uma doença prevenida por vacinas é pensar de forma isolada e representa um enorme desafio de educação em saúde para formuladores de políticas em saúde. Várias organizações nacionais e internacionais como a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM) e de Pediatria, OMS, UNICEF e CDC nos Estados Unidos tem lançado alertas para o risco das quedas nas taxas de vacinação.

Dentre as recomendações da SBIM podemos citar:

  1. A vacinação é um serviço de saúde considerado essencial e prioritário.
  2. A vigilância epidemiológica das doenças preveníveis por vacinas deve ser mantida, assim como a da COVID-19.
  3. Toda estratégia de vacinação (rotina ou campanhas) deve considerar a obrigatoriedade do distanciamento social e outras medidas preventivas para a COVID-19, como aquelas que permitam evitar aglomerações, contato entre pessoas doentes e saudáveis, bem como as boas práticas de higiene individual e coletiva devem ser mantidas e reforçadas.
  4. Estratégias alternativas para a realização da vacinação devem ser avaliadas no contexto local e adaptadas de forma a garantir a segurança dos trabalhadores da saúde e da comunidade.
  5. Orientar a população para que não busque a vacinação na presença de sintomas respiratórios ou febre, ou que sejam contactantes de casos suspeitos de COVID e que, nesse caso respeitem o período de 14 dias do isolamento antes de voltar ao serviço de vacinação.

    Vacinar é um elemento de proteção à saúde essencial, básico e fundamental e confere proteção às gerações de um país. Não podemos permitir o retrocesso de todas as conquistas obtidas!

Artigo escrito pela Dra Silvana Gazola Santucci.

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