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HPV, vacinas e meninas. E os meninos?

Você nunca estará só… na rua, na fazenda ou numa casinha de sapé, como diz a música, terá sempre companhia! As bactérias, fungos e parasitas são muito pequenos, mas estão sempre com você! A maioria não entra dentro das células, pois são muito grandes para isto.

As bactérias, fungos e parasitas são formas de vida extracelulares. Os vírus são muito pequenos, a ponto de serem descobertos apenas muito mais tarde. Eram tão pequenos que seus efeitos como doenças eram atribuídos a substâncias venosas, pois não se conseguia-se ver nada demais no local. A palavra vírus significa veneno.

Os vírus conseguem entrar e vivem apenas dentro das células: são formas de vida intracelular. Um dos conceitos de vida está relacionado com a capacidade de proliferar. As bactérias, fungos e parasitas tendem a proliferar fora das células e os vírus, dentro das células.

Alguns computadores ficam mais leves quando fabricantes removem certos componentes. Os vírus são pequenos porque não têm certas partes como mitocôndrias e núcleos, perdendo capacidade de produzir energia e proliferar. Quando multiplicam, usam organelas e energia das células onde estão alojados. Pode-se dizer que as bactérias têm metabolismo próprio, os vírus não. Tem vírus que parasitam até bactérias: são os bacteriófagos. Isto mesmo, bactérias tem viroses.

Que fazem?

Vírus diferem dos outros microrganismos: têm tropismo ou preferência para proliferar em um determinado tipo de célula. Quase que poderíamos chamá-los de monogâmicos. O vírus do herpes gosta de células neurais e epiteliais, o da caxumba prefere as glândulas salivares, o da gripe, o epitélio respiratório.

Para um vírus se multiplicar, se incorpora no centro de controle da célula ou DNA e passa a dar as ordens para que faça apenas o que ele quer. Como verdadeiro pirata toma para si o comando do navio. Agora a célula vai girar em torno do que o vírus precisa: fabricar novos vírus aos milhões.

Alguns vírus fazem coisas diferentes: o da rubéola quando atravessa a placenta, no embrião impede a mitose das células embrionárias e sem proliferação como se vai construir um novo ser. A criança nasce defeituosa e às vezes, morta.

Os mais de 200 subtipos de HPV ou papiloma vírus humano preferem as células da pele e mucosas e as induzem a proliferarem tanto que formam crescimentos benignos conhecidos como verrugas, papilomas e condilomas ou “cavalos de crista”. Quatro subtipos do HPV nas células do útero induzem as células a proliferarem tanto que geram um carcinoma ou câncer. Na mucosa da boca, isto também pode acontecer, assim como na anal.

Vacinas funcionam?

O corpo fabrica produtos para destruir o agressor estranho com natureza proteica. Os anticorpos são exemplos destes produtos fabricados exclusivamente para cada tipo de agressor, mas ele tem que entrar pelo menos uma vez no corpo. As vacinas imitam esta entrada e deixa todo o organismo com anticorpos prontos para se defender caso venha o agressor.

Anticorpos são moléculas grandes e não entram nas células, ficam no sangue ou circulando entre elas! Vacina para vírus tem uma dificuldade: os vírus ficam dentro das células e saem aos milhões para infectar células vizinhas. Os anticorpos tem que pegar os vírus no caminho para as células e não deixar entrar desde a primeira vez.

Vírus do sarampo e rubéola entram pelo ar e alimentos, passam pelo sangue e depois vão para as células preferidas. No caminho são pegos pelos anticorpos que a vacina induziu. No Herpes e HPV, a vacina sofre uma limitação: os vírus podem entrar diretamente na pele e mucosas. O tempo e caminho que demoram para chegar nas células são muito curtos e por isto a vacina funciona em 80% dos casos.

O governo está negociando a vacina anti-HPV com a OMS e empresas: em torno de 13 e 70 reais, respectivamente. Cada menina vacinada pode ser um câncer de útero evitado: pela qualidade de vida, custo para o sistema e sensação de segurança da pessoa, é muito barato.

Temos 4 subtipos de HPV relacionados ao câncer de útero: uma das vacinas protege contra 2 a outra, 4 subtipos. As meninas devem ser vacinadas a partir dos 9 anos de idade; após este período a chance de contato com o HPV é muito maior. Os meninos poderiam ser vacinados também.

Vacinar meninas e meninos não significa liberar a atividade sexual. Relações de contato sem conotação sexual também podem contagiar, embora com menor probabilidade. Esta decisão representa um grande feito na saúde pública e será exemplar para outras ações e países.

Observatório

DST em viagens – Para conhecer mais sobre o perfil das doenças sexualmente transmissíveis em pessoas que viajam para outros países em várias partes do mundo, uma pesquisa liderada pelo italiano Alberto Matteelli do Instituto de Doenças Infecciosas e Tropicais da Itália analisou o histórico de 112 mil viajantes. Foram identificados 974 pacientes com DSTs. Os homens em viagens com menos de 30 dias foram os mais afetados. As mais comuns foram as uretrites não gonocócicas, seguidas pela infecção com HIV. Os autores ficaram alarmados com a diversidade das doenças e indicam a necessidade de estratégias preventivas e de maior assistência aos viajantes após seu retorno. O trabalho foi publicado neste março de 2013 na The Lancet Infectious Diseases.

União forte – Instituições científicas europeias e governos juntaram forças com sete grandes indústrias farmacêuticas como Bayer, AstraZeneca, Merk e Janssen em um projeto de 196 milhões de euros para a descoberta de novos medicamentos batizado de European Lead Factory. As atividades serão em duas fábricas desativadas da Merck na Holanda e na Escócia. As empresas fornecerão 300 mil compostos químicos de suas coleções e as universidades da Alemanha, Reino Unido, Dinamarca e Holanda participarão do projeto com pesquisadores e equipamentos. Um dos objetivos principais é testar atividade biológica de remédios em robôs.

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