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Dúvidas sobre o HPV – perguntas e respostas

Neste mês da mulher, optamos por abordar assuntos relacionados a prevenção e doenças que atingem, na maioria das vezes, mulheres. O HPV ainda é um assunto que gera muitas dúvidas e por isso resolvemos criar esse texto.

A Dra. Silvana Gazola Santucci (médica infectologista da Bravacinas) CRM SC 9377, nos respondeu algumas perguntas que podem ajudar a esclarecer essas dúvidas. Confira.

1 – O que é o HPV?

HPV significa Papiloma vírus Humano. É um tipo de vírus que infecta humanos e são conhecidos mais de 200 tipos atualmente. No entanto, alguns tipos são os mais importantes causadores de doenças como o 16 e o 18, responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo uterino e o 6 e o 11, responsáveis por 90% das verrugas genitais (a mais comum DST no Brasil). Eles infectam a pele e as mucosas (boca, ânus e trato genital feminino e masculino).

2 – Como é feita a transmissão?

Ele é um vírus facilmente transmissível e ocorre em contato com a pele. Pode-se pegar também através do sexo anal, vaginal e oral, e também na masturbação. A mão pode servir de veículo de transmissão para a região genital. Dados de um estudo do Ministério da Saúde publicado em 2017, revela que mais da metade dos jovens brasileiros de 16 à 25 anos apresenta infecção pelo HPV.

3 –  Quais são os sintomas?

Quando a pessoa contrai o HPV, ela não apresenta sintoma nenhum. Alguns pacientes desenvolvem as verrugas na região genital. Elas devem ser removidas, tratadas, e o tratamento destas verrugas acrescenta um grande sofrimento a jovens e seus pais que tem mais dificuldades em lidar com esta situação. A maior parte das pessoas elimina o HPV espontaneamente.

Algumas pessoas não conseguem eliminar o HPV e pode estabelecer uma infecção crônica assintomática no colo de útero ou na orofaringe, por exemplo, e estabelecer uma lesão que chamamos de pré-malignas, que devem ser tratadas. Às vezes estas lesões podem apresentar sangramento. O não reconhecimento destas lesões e a ausência do tratamento precoce pode gerar câncer de boca, anal, vulva, vagina, colo uterino e pênis.  

4 – Como o HPV é diagnosticado?

O HPV pode ser diagnosticado através de exames que utilizam técnicas moleculares nestas regiões. Em um exame preventivo de câncer de colo uterino o médico pode solicitar pesquisas do vírus HPV nesta amostra.

5 – Quais doenças podem surgir após ser contaminado e qual sua relação com o câncer?

O HPV leva a alterações que provocam crescimento das células que ele infecta, levando a formação de um tecido anormal com características malignas. Mas antes do desenvolvimento das lesões malignas, podemos detectar através de exames, as lesões pré-malignas. O que o exame preventivo de câncer de colo uterino faz é pesquisar o aparecimento de lesões pré-câncer. É mais fácil de tratar uma lesão inicial do que um câncer desenvolvido e às vezes com metástases, que é a presença do tumor em outros órgãos.

6 – Qual tratamento?

O tratamento depende da doença. As verrugas devem ser tratadas com remoção cirúrgica ou cauterização. As lesões pré-câncer podem ser removidas, idem para o câncer. A extensão da retirada do tumor e outros tratamentos como quimioterapia ou radioterapia depende de cada caso.

7 – Como é possível prevenir?

O preservativo que é extremamente importante para prevenção de sífilis, HIV e hepatite B, clamídia, e outros não é tão eficiente para impedir a transmissão do HPV. Dada a ocorrência frequente do HPV em humanos e sua aquisição através de práticas sexuais, bem como sua aquisição a partir da adolescência, a vacina é a forma mais eficaz e segura de prevenir infecção pelo HPV. A eficácia da vacina é excelente, acima de 99%.

A vacina disponível no Brasil previne contra os 4 tipos de HPV mais comuns, é composta pelas proteínas L1 dos HPV tipos 6,11,16,18, sulfato de hidroxifosfato de alumínio, cloreto de sódio, L-histidina, polissorbato 80, borato de sódio e água para injeção.

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) disponibiliza a vacina para meninas de 9 a 14 anos de idade, meninas de 15 anos que já tenham tomado uma dose, meninos de 11 a 14 anos, pessoas que convivem com HIV/Aids entre 9 e 26 anos, transplantados entre 9 e 26 anos e pacientes oncológicos em tratamento com quimioterapia e radioterapia entre 9 e 26 anos.

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), recomendam a vacinação do HPV para meninas e mulheres de 9 à 45 anos e meninos e homens de 9 à 26 anos. Homens e mulheres em idades fora desta faixa, também podem receber a vacinação, de acordo com critério médico.

A vacina é muito segura. A única contraindicação é ter tido uma reação alérgica a dose prévia. O efeito colateral mais comum é dor no local da injeção. A vacina não está associada a paralisia, dano neurológico ou doenças autoimunes. Foram relatadas em vários países, inclusive aqui no Brasil, reações psicogênicas como desmaios ou crises de pânico relacionadas ao medo da vacina.  

8. Por que vacinar meninos e meninas tão jovens?

Porque a vacina funciona melhor (formação de anticorpos) nesta faixa etária comparado com adultos. É preciso estar com os anticorpos formados antes do início da atividade sexual. Deixar a vacinação para ser realizada mais tarde pode significar a perda da proteção contra câncer no futuro.

Esperamos ter esclarecido algumas dúvidas neste post. Mas se ficou com alguma dúvida, entre em contato conosco.

O herpes zóster
Vacina para pacientes imunodeprimidos ou imunossuprimidos

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