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O que aconteceu em 2017 sobre doenças prevenidas por vacinas

O ano de 2017 trouxe muitas novidades sobre doenças prevenidas por vacinas. Preparamos este texto com os principais acontecimentos do ano. Confira.

Sarampo e rubéola

De outubro de 2016 até setembro de 2017, os países da Europa registraram  15.941 casos de sarampo sendo que 86% (n=13.712) destes casos foram notificados em 2017.

A România é o país campeão no número de casos de sarampo, seguido da Itália e o Tajiquistão, um país da Ásia Central. Em 2017, 20 pessoas morreram pela doença ou suas complicações nestes países.

Nas Américas, o sarampo e a rubéola foram considerados erradicados em 2015-2016. Para que não haja circulação do vírus nas comunidades, 95% ou mais das pessoas  devem apresentar imunidade através de doença prévia (a doença era comum antes dos anos 1980) ou através da vacinação.

Em 2017 foram registrados 600 casos de sarampo na região das Américas:  Argentina (3), Canadá (46), EUA (120) e Venezuela (431). Um terço dos casos na Argentina, Canadá e Estados Unidos são crianças  entre 1 e 4 anos de idade e a maioria não tinha recebido vacina contra sarampo e rubéola.

Todos estes casos de sarampo nas Américas foram adquiridos de outros países (geralmente da Europa), de outros continentes (China, Etiópia, Índia, Indonésia, República Democrática Popular Laos, Mongólia, Filipinas, Nigéria, Sri Lanka, Sudão, Tailândia e Vietnam, entre outros) e também notificaram aumentos dos casos de sarampo entre 2016 e 2017.

São considerados protegidos contra sarampo quem recebeu 2 doses de vacina ou os nascidos antes da década de 70. A vacina é oferecida no sistema público e privado e está contraindicada para gestantes e pacientes imunossuprimidos. Quem não preenche estes requisitos, pode não estar protegido contra sarampo e deve procurar a vacinação, que é o método mais eficaz e seguro de se proteger. A transmissão do sarampo se dá por gotículas respiratórias e por aerossóis, portanto muito difícil de prevenção sem estar imunizado previamente.

Surto de febre amarela

Em 2016-2017 o Brasil registrou um aumento nos casos de febre amarela e expansão das áreas de transmissão, que antes não eram consideradas de risco para febre amarela ou sem registro de casos há muitos anos.

Minas Gerais e Espírito Santo foram os estados com maior número de casos. Entretanto, o registro de caso no litoral do Rio de Janeiro fez as autoridades de saúde recomendarem a vacina para a população do estado.  

De dezembro de 2016 à junho de 2017, foram confirmados 777 casos com 262 mortes. No momento, o que chama atenção é a nítida expansão das áreas de transmissão através do grande número de mortes que assola a população de primatas.

O monitoramento destas mortes em macacos (epizootias), preveem os locais de circulação do vírus, permitindo que as autoridades de saúde planejem a vacinação das populações destas áreas antecipadamente. Na cidade de São Paulo, foram identificadas estas epizootias nos parques do Horto Florestal e outros, tendo estes parques sido fechados para visitação e a vacina recomendada para a população em torno desta área (considerando o raio de voo do mosquito 500m).

Os casos humanos no Brasil foram considerados de transmissão silvestre. Porém, existe um grande receio das autoridades de saúde que um vetor do vírus que infesta as cidades no nosso país,  o Aedes aegypti,  ao picar um doente de febre amarela poderia iniciar um surto urbano da doença, já que ainda existem milhões de pessoas não vacinadas nas grandes cidades.

A forma mais eficaz de prevenir febre amarela é através de vacinação. A  vacina de febre amarela pode ser aplicada a partir de 6 meses de idade e para adultos até 60 anos. A vacina não deve ser aplicada em gestantes, mulheres em amamentação, e imunossuprimidos.

Atualmente a vacina é recomendada em dose única, não se exigindo reforços a cada 10 anos e está disponível em clínicas privadas e públicas de vacinação. Alguns países exigem certificado internacional de vacinação contra a doença com data de 10 dias antes da viagem.

Confira aqui a lista do municípios brasileiros que necessitam de vacinação contra febre amarela.

Dengue

Em 2016 chegou ao mercado brasileiro a primeira vacina contra dengue. Ela é indicada para pessoas entre 9 e 45 anos de idade, em esquema de 3 doses com intervalo de 6 meses entre as doses para prevenção de infecções causada pelos quatro sorotipos de dengue: DEN1, DEN2, DEN3 e DEN4. A eficácia na prevenção da doença é de 65,5%, na prevenção de dengue grave e hemorrágica é de 93% e de internação é de mais de 80%.

Atualmente a vacina é indicada para pessoas que já tiveram uma infecção por dengue previamente ou para pessoas soropositivas (sem história de doença mas com um exame positivo).

As pessoas que nunca tiveram dengue são as  que não devem ser vacinadas, pois estudos de pós comercialização demonstraram que pessoas que não tiveram contato com o vírus da dengue previamente, apresentaram mais  chance de hospitalização após vacinar. Não é a vacina que causa e sim a exposição à doença. Se o benefício da vacinação for superior ao potencial risco, situação que pode ocorrer em áreas onde há muitos casos da doença, a avaliação deve ser feita por um médico.

É importante enfatizar que a vacina não causa a dengue e que o risco aumentado não foi observado entre pessoas com sorologia positiva ou com doença previamente.

São contra-indicações à vacina contra dengue:

  • Pessoas imunodeprimidas;
  • Alergia grave (anafilaxia) a algum dos componentes da vacina;
  • Gestantes;
  • Mulheres amamentando.

Nova vacina contra herpes zoster

Em 2017 o Food and Drug Administration (FDA) dos EUA, aprovou a nova vacina contra herpes zoster. Fabricada pelo laboratório Glaxo-Smith-Klein, é composta por uma proteína recombinante à glicoproteína e associada a um adjuvante (molécula cuja função é melhorar a resposta imune à vacina). É uma vacina sem componentes vivos, para ser administrada em 2 doses.

O que é diferente nesta vacina é que ela tem excelentes respostas em pessoas de 50 anos e na faixa de 70 anos. A efetividade da vacina para a faixa etária de 50 a 59 anos, foi de  96.5% e para aqueles entre 60 e 69 anos e maiores de 70 anos, foi de 89.8%. Ou seja, excelente proteção comparada com a vacina atualmente disponível no sistema privado de vacinação brasileiro.

Estudos em populações imunodeficientes também serão publicados já que a doença é frequente neste grupo e a  vacina atual (que é composta por vírus vivos inativados) está contraindicada de uma forma geral.

Meningites

As meningites bacterianas são doenças graves, de elevada letalidade. No Brasil, 23% dos pacientes morrem com esta doença. A meningite tem evolução rápida, podendo progredir para epidemias abruptamente.

No Brasil os principais sorotipos são o B,C, o W e o Y, com o B e o C sendo responsáveis por quase 95% dos casos. Os sorotipos variam também conforme a faixa etária, em 2016 nos menores de 1 anos, o tipo B, C, W e Y, causaram respectivamente 45,7%, 35,6%, 15,2% e 3,3%. Já nos adolescentes e adultos o tipo C predomina.

O que é importante ressaltar é que há excelentes vacinas disponíveis, com ótima eficácia, seguras e que devem ser oferecidas à crianças, adolescentes e adultos jovens e para imunossuprimidos, já que aproximadamente 15% desta população carrega algum tipo de meningococo na garganta. É a doença mais rara prevenida por vacina, mas impossível de prever quem vai sobreviver e sem sequelas. Por isso, é importante considerar o uso desta vacina para alguns grupos de pessoas.

Agora você conferiu os principais acontecimentos em 2017 em relação à doenças prevenidas por vacinas. Se ficou com alguma dúvida, entre em contato conosco.

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